sábado, 26 de março de 2022

Retórica

 Penso eu: No que se exime?

Nas desculpas que cobristes, 

ainda sim, nos teus lábios residem, 

as calúnias que me agridem.


É que eu sinto tudo!

do navegar ao naufrágio infortúnio,

na esperança de um prelúdio, 

sinto o finito dos nossos rumos.


Largastes mão desta estória em rascunho,

deveras essas e tantas outras,

terem sido escolhas nossas...

em conjunto.


Mas seu monólogo sempre me abarrota.

seu repertório é de retóricas,

e ainda que eu dissesse tudo

ou não dissesse nada,


haveria pouca graça,

ânsia ou náusea, 

se meu amém não entoasse,

em voz alta.


terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Face da vida

Viver não é  linear,

Se perder também é se encontrar.

Soltar, pode salvar,

prender pode cortar.

Angústia, motor da vida!

Sofrimento nem sempre é  despedida.

Sorriso não significa alegria e

tempo não é sinônimo de vida.

Eu tenho o agora... 

quem é que sabe da despedida?



Sempre Aqui

Eu sempre estive aqui.

Exatamente  desse mesmo jeito,

Com os mesmos trejeitos, 

Caricaturada de sonhos e desejos.

E se hoje você me enxerga...

provavelmente mudou sua tabela de posturas e regras .

Eu sempre estive aqui,

Com roupas vil, 

Sentimentos a mil,

Frenética,

Insurgente,

amiga de recíprocos, complacentes, confidente...Amigos,

porque não sei colecionar gente.

 Quem vive intensamente, 

Sempre morre pelo tanto que sente.

Eu sempre estive aqui.

Presente.




Elo


Insanamente apaixonada,
Insanamente adormecida,
em suas prosas, pernas e rimas.
Você deveria ter sido somente uma bela frase,
numa sinuosa linha,
mas virou...
uma doce,viciante poesia.
 Do elo que espero
a certeza que prezo
vem do verbo querer.
Quero
Você.

quinta-feira, 5 de agosto de 2021

Despida

Tenho vivido de caos, vinho e poesia.

Às vezes invento de ser setembro, 

outrora me banho no porto da maresia. 

Me afogo em suas costas, 

roça, encosta, mostra, 

que és, minha melhor fantasia. 

Sou  brisa das boas novas e também o frio da despedida.

Te convido a ficar, 

enquanto o sol não ávida brilhar.


quarta-feira, 7 de julho de 2021

Liberdade insurgente

É a guerra...

da carne,

é carnificina.

É a guerra da carne fria.

É a batalha de quem grita mais

e nem chora despedidas.

é vitória de quem causa, 

desafia, mas nunca desafina, 

nem se desafia.

Símbolos de paz em meio aos flashes e hashtags.

São tantas frases " gratidão"... 

e nunca estivemos tão solitários em meio a multidão. 

Corpos desligados do mundo e presos em sites de alta tensão.

Escravos de afetos,

libertos na palma da mão... de emoções.

Prisoneiros das nossas próprias invenções!

sábado, 19 de junho de 2021

Inacabável recomeço

Todos os dias nos reconstruímos, desconstruindo tudo que achávamos outrora saber.

E é bem verdade...

que de nada sabíamos 

e sempre que acreditamos dos diversos fatos ser sabidos, 

vem a vida e mostra que nada fazia sentido. 

É que de fato, não somos,

estamos vir a ser.

A vida não é!

A vida se constrói diante do que acreditamos que ela deveria ser.

Tudo flui e tudo estar por se fazer.

Tudo nasce das nossas conjecturas sobre  morrer.

Transformações são constantes no corpo e no que julgamos conhecer.

Nós adaptamos ao mundo, 

criamos as leis, regras, religiões, moda, tempo costumes e consumo.

Isso não quer dizer que ele exista como acreditamos ser.

De certo, confesso ser lindo ver, o quanto somos capazes de aprender, 

e quanto mais aprendemos,

percebemos nossa tamanha ignorância diante do infinito universo 

e de nossa existência enquanto ser.

sábado, 5 de junho de 2021

Resistência

Marcante paisagem 

e de um sol que tanto brilha,

no solo rachado as flores raiam, rimam e desafiam.

Resistência, elas ensinam!

Meu nordeste é poesia

desde a pinha, acarajé e a cajuína.

Rodopiei com minha saia rodada, 

eu dancei

eu dançava...

mas o sorriso do rosto não tirava.

Quem germina nessa terra,

brota com escudo e espada.

Quando nasce, o berro canta,

o corpo fala e a alma declama...

é assim, a essência baiana.

Sejamos!

Sejamos todas as nossas próprias invenções, confusões, definições, opções.

Sejamos todas por inteiro, sem receios,

Independente das opiniões e olhares alheios.

Sejamos, o completo oposto daquilo que nos foi imposto!

As espectativas que nos são depositadas,

é uma casa longínqua, 

difícil de ser alcançada.

Somos somas de nossas histórias e estradas.

O começo, a trajetória, e o fim da jornada...

não precisam ser justificadas.

segunda-feira, 12 de abril de 2021

Que suma! com sua dita palavra dura

 Palavra duramente dita,

dura o suficiente pra ser tortura.

Quem diria...

que as línguas que clamam por anjos e se conectam com o Messias, também professam essa  heresia.

Palavras ditas por duras mentes, vazias.

Ditadura!

eles diziam.

Com cartazes na avenida,

em plena pandemia.

sábado, 10 de abril de 2021

Eu gosto.

Gosto do seu cheiro,

do seu riso,

do seu choro,

rosto, gosto, gozo.

Timbre de fino sopro,

pensamentos soltos,

eu gosto do que fica explícito

e dos seus medos mais bobos.

Gosto dos teus cabelos soltos em volta do meu pescoço

e do seu olhar desarrumando meu corpo.

domingo, 21 de fevereiro de 2021

Vai passar.

Que as coisas boas te afetem.

Que as pessoas que pouco falam mas 

que com abraços afagam,

cruzem sua estrada.

...elas existem!

Não desista,

confie.

Vai passar,

Deixa pra lá!

Que você se permita, por si mesma ser olhada, 

não há nada mais belo que descobrir nossa própria graça.

Vai passar.

Não deixe a maldade te afetar.

Vai!

Vai e passa por cima,

do que te desatina.


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Amor inventado


Não se engane com a mão que te cala, 

não se cale com a mão que te para.

Não deixe que os contos de fadas amarrem seus sonhos nesse papo ilusão,

não seja a santa do perdão!

Quem dá os dois lados da face pra apanhar, um dia vai pensar nos pulsos cortar.

Vai se costurar em remendos e se dobrar as tarjas.

Amor não é dor! 

O amor é um sentimento tão completo que primeiro precisa por você passar, para então, o outro contagiar.

Não é sobre sobras, e sim, reciprocidade e liberdade.

As novelas são experts em ensinar essas falácias sobre amar. 

Na vida real, não dá pra pausar, nem ensaiar.

É nessa hora que a gente aprende a acordar.

Fuja dessas algemas, trajadas de romances de cinema.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Que seja humano enquanto dure.


Que os seus delírios sejam mansos e incapazes de maltratar alguém.

Que suas verdades continuem sendo suas e não se torne messias de ninguém.

Que as suas inseguranças não lhe enterre e você precise por medo do escuro, levar alguém.

Que as suas frustrações não lhe cegue, 

para que o medo que lhe impede, não sequestre a vitalidade de quem sabe sorrir num fim de tarde, mesmo com todas as adversidades.

Porque a vida é assim...

ninguém está isento dos infernos que visitaremos, 

mas podemos encontrar o paraíso nos pequenos momentos. 

Podemos levantar ou derrubar,

podemos ser faíscas e mesmo assim esquentar.

É quando abrimos os braços que percebemos... 

o quanto somos pequenos, a finitude que nos rodeia e a quantidade de coisas que não sabemos.  

todos os dias vivemos de encontro ao fim.

Insistimos nas roupas pequenas, nos remendos... 

empurramos,  repulsamos, judiamos... 

e o trem vai passando,

 lembrando da finitude.

Que sejamos humanos enquanto dure!


Pena profana

Poetas,

profanos,

poemas.

Nas mãos uma pena,

nas mentes dilemas.

Joelhos balbuciam rezas,

Ora se entregam,

ora renegam.

O breu acendeu...

vontades dionisíacas, 

A pena ganhou o poeta 

e o poeta, ganhou vida.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Se um dia vocês quiserem saber sobre nós...


Sabe quais são as consequências dos nossos atos:

Enfermeiros, engenheiros, arquitetos, publicitários,

e tantos outros profissionais que não cabem nesse rascunho amassado.

A gente ensina desde calçar os sapatos a compreender o passado, 

pensar sem precisar ser guiado, separar as sílabas, conhecer hiatos, e achar o X elevado ao quadrado. 

Ficamos atentos aos sinais de maus tratos, 

Nós envolvemos, e as vezes, não muito raro, o conselho tutelar, precisa ser chamado.

Tudo isso para lhes devolver os afagos e abraços.

Somos nós que identificamos situações de risco 

e nos dias difíceis e enviamos os avisos e os bilhetinhos.

Somos nós que te ensinamos a soletrar e te preparamos pra passar no vestibular. 

E quando vocês conseguem bater as asas,

todos passam a te notar, mas não enxergam quem te ensinou a voar.

Porque o mundo, que corre sem freios, de tão liquido e fluido, 

exibe mais os resultados, que a corrida pelo percurso. 

Nos escondemos atrás das coxias, 

e acredite, é exatamente lá que queremos estar...

porque algumas pessoas nascem força motriz.

Todos os dias ofertamos nossa vidas, 

por indivíduos, que... quem sabe um dia, voltaremos a encontrar. 

Ofertamos nossas vidas, por uma causa maior: 

um mundo mais justo, consciente, includente.

Não temos escudos, nem armas, 

mas temos a fé de que o conhecimento salva!

Prazer: Professores.


quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Eu não sabia da despedida.

Se eu soubesse que aquele seria o último dia, 

não teria te deixado fugir dos meus olhos nem por um minuto, 

lhe abraçaria como se fosse o último segundo de suspiro do mundo. 

Teria mudado tudo,

mudado tudo para que esse dia fosse único,

e não o último.

A verdade é que nem tudo seguramos pelos punhos, 

tem coisas que mesmo sendo belas viram rascunhos. 

saiu do rumo,

Tremi nas pernas

Perdi o prumo.

Se eu soubesse que não existiria o depois, 

teria vivido o presente de forma mais que intensamente,

Com mais alma e menos... "depende".

Se eu soubesse...

Se soubesse que o amanhã era uma falsa nota de garantia,

teria eternizado cada, detalhe, afago, mania,

mas agora, só sobraram  meus lamentos em censuradas  linhas.

Eu poeta,

Você poesia.

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Estocolmo


Olha de frente, pra frente do espelho,

olha de frente, pra o que carrega nas veias e abre teu peito,

põe tua história e a nossa História.

Olha de frente pra quem te pariu e se assume,

filho do colonialismo, filho do Brasil!

latino americano, fruto de estupros e explorações,

e ainda assim, bajula quem enriqueceu com seus antepassados e privou as outras gerações.

Olha pra frente,

mas pisa no chão,

e enxerga essas flores e sementes, nascidas das filhas dos solos quentes, abortadas da mãe África e despidas num navio até se tornarem a carne mais barata do Brasil.

Pensa também na outra metade da sua ancestralidade, 

levadas de suas aldeias, envenenadas catequizadas, escravizadas. 

Para de balbuciar que seu avô, bisavô, tataravô, ou sabe lá quem, veio como imigrante para aqui fazer prosperar o bem.

Para de se esconder no seu fenótipo branco. 

Se sente exceção, 

põe o dedo nos nossos rostos e se acha no direito de nos dá, todos os dias, um "mata leão".

Para de achar que você é essa droga de exceção!

Sua cor engana, 

mas, sua origem... não!

Latino americano, 

filho da colonização, 

do estupro e da exploração.

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Me deixem só falar das rosas

Eu queria somente falar sobre as rosas, 

mas os espinhos estão aparentes e é inevitável não lembrarmos que precisamos apara-los pra não machucar ninguém, 

porque nem tudo se resumes as flores, mas:

a terra, raiz, caule e espinhos também.

Eu não queria ter que falar de conceitos, preconceitos,

que medem e moldam a gente, 

é que infelizmente a hipocrisia também mata diariamente.

Bagunço meu tédio constantemente,

pra ter certeza que não me tornei uma maquete que repete incansavelmente.

Eu queria falar somente das rosas, 

mas, se eu me calar, 

vou concordar, 

ainda que, nem sempre quem cala consente, 

se eu me calar, 

vou observar estaticamente,

o germinar de quem com espinhos numa mãos mata e com a outra,

finge que afaga a gente.

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Quem se importa?

 A vida é assim meu amigo...

das pessoas maldosas, ambiciosas, 

porque se fosse o inverso dessa sentença,

não existiria tantos "demônios" em forma "anjos, arcanjos."

Eles raptam a verdade, 

o pão, o sono, os sonhos 

e a esperança do final da tarde, de quem vive a margem, tentando fazer parte do que nunca foi encaixe.

A vida é assim amigo...

cobiça não tem sono nem dono.

se você estiver no meio de um redemoinho e imaginarem que tem forças pra se levantar, 

não espere muito, além de pessoas que vão tentar te derrubar.

A vida é assim!

Te empurram da calçada e indagam:

- Tá cego?

Talvez essa pergunta em afirmação fosse a resposta e a solução, 

para um mundo que caiu na depressão e evoluiu pra esquizofrenia de egos nas mãos.

Mas...

Quem se importa, né!?

E aí, tá on?

sábado, 31 de outubro de 2020

João e Maria

Abandonado com frio e fome ,

 João aprendeu que não poderia confiar no homem.

Cresceu jogando bola, pedindo esmola,

 dormia no chão, catava no lixo a alimentação.

Ele não tinha reflexo na poça do chão.

Se tornou invisível depois que nasceu e foi abandonado,

 se sentia um preso, condenado a miséria, sem ser julgado.

Aos 19 anos, conheceu Maria,

Menina franzina porque vivia de barriga vazia.

Não teve a vida muito distinta de João, vendia o corpo pra ter aumenos uma refeição. 

Eles estavam exaustos de não terem faces, dignidade, educação. 

Sabiam que de estômagos fartos, pregariam a moral e os bons costumes que assistiam na televisão. 

 Ficavam pasmos com a TV da loja, enfrente aos amontoados de papelão, que os abraçavam nas noites e dias de solidão. 

Queriam aquele mundo também, 

queriam ter nomes e os princípios de homens de bem.

Princípios mais barulhentos que  os estrondos da fome.

Por isso, decidiram ariscar alto,

 foi tudo bem orquestrado, 

o plano, era o banco ao lado. 

Nada a perder, nada a segurar nos braços.

Mas no fim...

deu tudo errado.

Sabe-se lá se o errado, não era de fato o verdadeiro plano arquitetado.

Mortos por fuzis socialmente alimentados, freneticamente disparados.

2 balas pra Maria, 

5 pra João. 

Corpos estendidos no chão.

eles não existem mais!

Mas, pra quem nunca existiu...

que diferença faz?

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Poetas e eu

 Às vezes diário,

 às vezes alucinações,

às vezes tristeza, e às vezes, é só tédio e uma caneta na mão, 

por vezes tem emoções, outras, surgem sem razões... 

poemas nos olhos, choro nas mãos,

rabiscando o sim, o não, os vãos, tesão, 

a doçura, ternura, paixão, compaixão.

Quer compreender um poeta?

...melhor não!

Poetas existem para se reinventarem em meio a realidade e imaginação.

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Por vezes, eu

Eu queria amar como os casais de novela...

mas é que...

eles não existem!

Tenho desatado de mim tudo que me consome,

porque sei que a vida é curta,

o tempo é pouco,

e se cortarem nossas asas...

o voo é certo para o raso do desfalecer.

Já perdi a voz por tanto gritar:

"os homens nascem com o "direito divino"

a fala que cala,

e o falocentrismo.

As mulheres, nascem punidas!

 Tô rasgando minhas cordas,

e passando pela avenida.

Ei...moço!

Ei... moça!

não quero mais que me diga o que é ser bonita,

deixe-me aqui, parada na esquina,

porque esse é meu dia útil,

é domingo...

dia da minha inutilidade para às folhinhas capitalistas.

Eu queria fazer um curso desses que as pessoas julgam “tradicionais”,

mas optei pela História...

um tanto quanto cíclica,

pulsante e as vezes, dilacerante.

Queria tomar coquitéis com cereja

mas tomo mesmo, é Whisky, e uma boa e velha artesanal cerveja.

estou rompendo minhas amarras,

me deixa !

Estou deixando pra trás minhas malas,

remendadas, pesadas, arcaicas.

Cheias de opiniões alheias, vazias...

que por mim  ou para mim

nunca fizeram nada.


segunda-feira, 5 de outubro de 2020

Sonhos


Entre os berros e as armas, entre a fome e a ganância alastrada, 

entre rachados edifícios dos saberes, erudições desmoronadas, e a competitividade respeitada...

que a guerra, nunca seja uma opção para justificar nada!

Que a sua singularidade não retalhe minha pluralidade.

Que não sejamos mais medidos com uma régua...

Eu sou canhota, 

você é destra,

E daí?

O que te ofende?

O que te interessa?

Minhas contas eu pago, mês a mês, com dinheiro do meu salário, 

que cobre o que faço e o que disfarço... 

Eu gostaria de  não ter que poetizar sobre a necessidade de respeitar,

quem sabe um dia seja tão normal quanto respirar.

Eu sonho com um mundo de mãos dadas e não de mãos armadas, tão pouco, de mãos atadas.

Quando a educação for priorizada, essas Parafernálias que nos assombra, assola , devora, serão enterradas. 

Dormiremos o sonho dos bons,

 e acordaremos em uma sociedade mais consciente e igualitária.

domingo, 27 de setembro de 2020

Resignificada

 

 Entre as mãos, uma cruz,

entre os lábios, seu nome,

entre a realidade e o devaneio... eu,  

que acreditava de forma, devotada, jamais, alguém, novamente amar.

Hoje, tão feliz e radiante, 

agradeço a todo instante 

por sua presença, sorriso, semblante.

É que cada abraço teu, cola em mim pedaços meus.

Seus toques, sussurros, afagos,

escrevem por cima dos velhos estilhaços, 

sobre mim, em mim 

no qual eu renasço.

Você me eterniza nos seus braços e eu 

em minha rimas, rotas, memórias.

Tudo é tão simples e aconchegante.

que nem imaginava que o amor não mendigasse cumplicidade.

Por tanto tempo, eu, que jurava, jamais amar outro alguém,

e sem saber me sentenciava, 

hoje, finalmente acordada,

percebo que de fato, tudo nessa vida passa, 

tudo pode ser uma bela manhã resinificada.

 

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Artigo.

Menino de rua,

vida tão dura.

Não acredita em papai Noel,

muito menos em papai do céu.

Seu pai é uma lenda,

sua mãe uma "quenga",

afinal, a moral não faz moradia em barrigas vazias.

Você parece destinado a morrer,

mas é perceptível sua vontade de sobreviver.

Perante a constituição...

Ora, grande questão essa nossa constituição, ela é uma moça bela, conveniente ao que lhe interessa, suas páginas são rasgadas quando algo desagrada.

Paradoxal constituição sem ação.

E o menino, franzido, sem teto, sem chão...

vai acreditando que alimentação se acha no lixão,

que cultura é fazer do livro papel de embrulho pro "bagulho".

Enfrenta discriminação e exploração.

humilha-se pra alguém o enxergar...

como um ser pensante,

como um ser errante,

como um ser humano.

Nas brechas das janelas dos carros,

ampara as esmolas em mãos,

torcendo para refugiar seu semblante dos “nãos”.

Artigo 227 constituição federativa do Brasil,

você diz que faz,

mas o pobre nunca te viu.

domingo, 13 de setembro de 2020

Da semente... Flor

⁠⁠A sociedade deveria ensinar menos sobre competitividade e mais sobre reciprocidade. 
Me atrevo a pensar que, o homem foi ensinado a ser o lobo do homem, quando, atribuíram a ele, tantas responsabilidades fúteis, além de afunilarem suas possibilidades, em cima de dogmas, burocracias, conceitos e preconceitos, legitimados por uns, naturalizado por alguns, e questionados por ninguém.

domingo, 6 de setembro de 2020

Liberta de mim mesma.

Eu, fulana de tal, que não estou acima do bem nem do mal, 

vou seguindo os dias como simples e mera mortal, 

mas, se eu puder ao universo um pedido fazer... 

só quero que ele transborde luz por essa estrada que a gente ainda tem que percorrer.

Afinal... o que nos somos senão meros instantes!?

Ao passo que envelheço desmereço a sanidade,

ela não me trás mais felicidade.

Parece o contrário da obviedade de tudo que aprendi,

a busca por certezas, razões e estimas, estava no topo da lista.

Agora que compreendi o breve instante no qual residimos e insistimos eternidade, 

em meio a uma constelação absoluta e inconstante, 

me guio somente nos pequenos deslizes da paz.

É a liberdade que tanto ouvia falar... de mim mesma.



terça-feira, 1 de setembro de 2020

Sábio Tempo


Olhando-me no espelho, 

percebo que além dos fios brancos, muito mais em mim mudou:

Não corro mais,

paradas são edificantes;

Minha voz adormece em frequências constantes,

e a paz me acena em meio ao silêncio contagiante.

Não espero mais nada de ninguém,

pois só damos o que de fato a gente tem.

Não quero o mundo!

somente mais alguns momentos profundos.

Não desenho mais o futuro!

Hoje, eu, filha do presente, mais feliz que antigamente, 

aprendi que é preciso abaixar para ser grande,

mas nunca se curvar diante dos obstáculos da vida, nem dos pseudos nem dos pedantes. 

Desajustada poeta que moldou -se, 

mudou, se mudou e a vida resinificou,

de tudo que se foi, de tudo que ficou...

a pontual gargalhada continuou.


sábado, 29 de agosto de 2020

Por que?

 Por que poupar a única coisa que de fato nos pertence?

...sentimentos vivos.

A vida passa tão freneticamente que nos deixa constrangidos,

diante das miudezas, malvadezas que arrastamos, sacrificialmente, incessantemente.

Talvez você nem pense, mas, de repente... 

esse seja seu último abraço, ou a última vez ,que verá aquele outro "ninguém". 

A vida é assim!

A inconstância é a certeza que segura as pilastras deste mundo de penhascos, pelo qual,

matamos e nos matamos para nos apoiarmos.

É preciso aprender a viver pra se despedir.

No fim o que importar, aqui?

Vai lá e transborda!

Arrependimentos...

a gente só guarda daquilo que não fizemos.

As vezes reboliço, as vezes calmaria, mas sempre mar...

amar!

terça-feira, 18 de agosto de 2020

Montagem em larga escala

Estamos soltos dentro do nosso mundo,

e presos por vontades violadas.

Estamos enfileirados e sendo montados em larga escala,

porque amanhã...

é dia de fábrica!

caímos todos os dias nas mesma cadeira, 

e nós seguramos nas poucas matérias planejadas, e também naquelas, quais os desnecessários,  julgam desnecessárias, pois, nos fazem questionar.

Talvez seja melhor, de fato, nos abster e não compreender.

questionar liberta, mas as respostas, podem doer.

Diversas vezes fui aconselhada a aceitar, e feliz ser!

Feliz ser?

O que é felicidade pra você?

O que é o mundo pra você?

Onde você começa, se percebe e se encontra como: "feliz ser"?

Será  que tentar ser feliz é o que nos resta ser?

Sou uma mera aprendiz que nada sabe, e só de perguntas sou mais que a metade.

Todos os dias entramos nesta fila de números, 

somos parte de uma parte do mundo,

Só não o conhecemos a fundo.

vamos  seguindo as regras, folhinhas e metas.

Somos produtos planejado e descartados.

para fazer parte desta fábrica de produtos baratos.


sábado, 15 de agosto de 2020

Devaneios de uma alma qualquer.


Nos devaneios de uma alma qualquer,

essa minha viajante, 

da qual permito as idas e voltas de sublimes lembranças e desejos que nem aumenos de fato conheço. 

Dentre esses e milhões de outros devaneios, 

eu vejo você voltando,

através do reflexo do espelho,

e percebo o mundo de uma forma, tal... exatamente como me reconheço.

Revejo, quase como num sonho, pessoas tão familiares, que eu, inconscientemente,

anseio, desejo, reconheço e esqueço. 

Nesse mundo de devaneios, 

existe um todo ao invés do tudo,

existe meu "eu" intrinsecamente ligada a engrenagem do mundo.

Partículas coesas,

num movimento sinestésico, 

onde tudo se toca, 

porque tudo é poético.


segunda-feira, 27 de julho de 2020

Ninguém além de você!

Quem poderia definir o que você é ou não em meio a multidão?
Quem poderia lhe dizer pra usar essa roupa ou sair da contra mão?
Quem seria capaz de afirmar que você sofreu menos ou mais que um outro alguém da última estação?
Quem pode relativizar a dor que nem você consegue explicar?
Quem pode lhe tirar o direito de existir, resistir, mudar a rota, fazer a volta, resinificar?
Quem seria capaz de te rotular, se todos somos fluido e iremos até o ultimo suspiro, mesmo que parados, movimentar?
Quem pode?
Quem poderá?
... já que seu corpo é seu lar, e matérias diferentes, não podem habitar o mesmo lugar.
Quem pode?
Quem poderá?  



domingo, 5 de julho de 2020

Parte do todo!


Quando pararmos de perder tempo procurando o que nos separa,
a  vida anda, a gente ganha, o tempo vira dádiva.
É a falsa união que afasta o renascer, 
o perceber das as cores lindas que o mundo desenha e nem precisaríamos de olhos pra .
Não enxergamos, porque estamos olhando pro outro e julgando o seu direito de ser.
é preciso ser menor para crescer,
é preciso ser maior para abraçar quem desconhece a empatia.
É preciso aceitar que nada é pra sempre, nem mesmo sua mente,
não somos, estamos para vir a ser.
Mudar faz bem pra gente!
Não existe infelicidade que dure para sempre,
nem alegria que não se perca em dias doentes,
Não seja um dia doente!
quem se permite aprender a amar gente diferente da gente,
tão errante e cheio de defeitos, assim, como a gente...
nem é, gente!
É anjo complacente.


Amor calmaria

                                           
Eu, fulana de tal, que nem sei rimar,
faço das letras uma reza para não sufocar
escrevo versos reversos e pelo inverso me revelo,
em abraços tímidos, meu amor quero lhe ofertar.
Eu, essa poeta sem regras,
tão sedenta de nem saber o que desejar,
reconhece de longe,
um coração que consiga pela minha tempestade navegar,
por isso, que em ti confio,
por isso, em ti deixei meu barco atracar,
Eu, fulana de tal, sem regras, mulher de tempestade no mar,
com você...
sou eu mesma!
Mar de calmaria,
calmaria no amar.

terça-feira, 9 de junho de 2020

Sororidade

                                 
Sororidade, é aquela singela parte,
quando mulheres compreendem em igualdade,
que é melhor o amor á rivalidade.
Sororidade não caridade,
é autoconhecimento e reconhecimento de seu lugar de pertencimento.
É enxergar numa outra mulher, sentimentos pelo qual pode se encantar 
ao invés de se afastar.
Apreciar sem julgar,
estender as mãos sem confrontar.
Sororidade, é nossa oportunidade de reivindicar,
todo nosso passado histórico de anulação e subjugação.
É o recomeço de uma era, 
com mulheres de mãos dadas ao invés de mãos atadas!






Singularidades

                            
Ninguém é cem por cento certo,
tão pouco um grande erro de mal grado,
Todo mundo tem um “Q” de qualquer coisa que pode ser bem aproveitado.
Eu olho para o lado e sei que na minha frente aparecerão pessoas, que talvez, eu nunca saiba interpretar,
por desconhecer suas dores, amores, rancores,
por desconhecer o que ela não se queira partilhar.
por mim, tudo bem, ninguém é plágio de ninguém!
sigo pela estrada onde todo mundo passa, certa que não
devo somente tolerar, mas sim, respeitar.
Porque tolerar tem um certo “F” de forçosamente aceitar,
mas o Respeito, empatiza, por quem do outro lado está.
Até porque...
pode ser eu Lá.





É sobre nós

                                    
Não sou eu quem procura a poesia,
é ela que em mim insiste fazer moradia.
Pelos baixos gritos de minha alma, 
os escombros ela ultrapassa e se deita sobre minhas palavras.
Sem ela quem iria ouvido me ofertar... se o mundo esta surdo!?
Ninguém ouve para escutar, 
ouve para acusar, 
apontar, 
aprovar, 
reprovar, 
provocar, 
refutar, 
retrucar.
O que evoco aqui nestas linhas, não é sobre razão.
aliás, o que a razão?
Quem a determinou assim?
Se o bom senso bater o martelo sobre qualquer situação, aceito a condição!
Mas se por um momento não chegar a mim esta  tal" razão",
tá tudo bem, também !
eu posso errar, 
faz parte de minha natureza.
Voltando ao assunto... 
Se é que você se lembra do que eu falava.
Não é somente sobre mim... 
é sobre mim , sobre o mundo, 
tão falante, 
que ficou surdo.




Saudade tem o seu nome

                                 

Em tudo tem notas de memórias tua.
Nunca imaginei deitar meus lábios em fotos
dizendo:
se foi,
se foi pra nunca mais voltar
Eu ouvia as canções que adormeciam nossos corpos
e alegrava nossas vontades,
mas agora, essas vontades, me parecem tardes,
com dentes trincados cantam sem vontade:
se foi,
se foi para nunca mais voltar.
Nossos olhos sorriam, 
nossas dores dormiam,
nossa paz tinha galhardia,
mas não resistimos ao abismo,
pulamos pro finito,
e terminamos assim, sem fim.
Que saudade dos risos de graça,
e às vezes por me fazer sem graça.
Tudo que era uma fina orquídea... secou,
 e deixou lembranças amargas do nosso velho, eterno, sem fim, amor.




Arteira

                                                 

Eu só queria aquela velha infância,
quando eu não conhecia a distância do choro e da paz.
Descia correndo a ladeira,
os ralados eram só parte da traquineira.
Tudo sanava quando a luz apagava,
o medo passava com uma gargalhada.
Queria de volta a velha criança arteira,
que fazia dos doces, sonhos
E dos sonhos...
uma doce brincadeira.

Luz do Sol

                                                         
                                                 
Você é o sol,
arco-íris encantado com passos flauta e mãos acordes d’ piano,
nos teus olhos habita um esplêndido horizonte por qual me encanto.
Canta! 
pois ecoa deste boca o sono dos anjos.
canta! 
pois ecoa desta pétala o remédio dos meus prantos.
Olha só!...O Céu brincando de fazer estrada pra nossos planos e bem a frente uma trilha oceano,
tão profunda quanto os sentimentos guardados que agora transgrediram as regras e soltaram as rédeas.
Em mim...
O que posso dizer?
...só o quanto me deu o sentido de ser.
É amor!
Tão sol
que as frias noites fazem meu coração em chamas.





domingo, 7 de abril de 2019

Sociedade Omissa.


Você quer ajudar ou se sentir melhor?
Vai tão longe pra exibir altruísmo
mas, não percebe que tem alguém do seu lado na beira de um abismo.
Você não quer crer e repulsa qualquer sentimento de empatia, contudo, finge que este faz parte de ti,
como uma nota de garantia.
apaticamente você concluía, que era impossível já que ela sorria. 
Aos poucos, como numa rotina,
Aquela pessoa que fingia que vivia,
cansou, apagou, e você ignorou.
Tocou sua lápide por um segundo...
lamentou, chorou, ajoelhou, e até rezou.
No dia seguinte levantou e decidiu seguir,
pois o ritual da culpa já tinha sido cumprido,
se agarrou ao pensamento de que aquele indivíduo foi muito covarde,
por não ter tido coragem de enfrentar as batalhas da realidade.
Em menos de uma semana, tudo voltou ao normal, 
os dia, as noite, e as notícias de suicídios no jornal.
E você, que a de enterrar muitos outros, 
continuará sua existência omissa...
uma verdadeira sociedade homicida,
uma bacana sociedade, banal!

sábado, 15 de setembro de 2018

Correção

Sempre que escuto,
virgulas, reticências,
minha mente para na interrogação:
Por que ponto de continuação em um texto sem alinhamento,
sem espaçamento, sem justificação? 
...  melhor por um ponto final e recomeçar,
 sem medo de exclamar.

Só quem conhece as mazelas da vida, 
sabe sorrir com a alma ao menor sinal de ternura,
mas, quem conhece as mazelas da vida, também
sabe que nem todos os versos convergem para a rima.
se a tinta acabou,
é inútil se acabar pra recomeçar,
e pra falar a verdade... 
o que seria da vida sem novos contos pra contar.


sábado, 8 de setembro de 2018

DisPositivo

                                              
Não se aventure a fazer guerra com quem é paz
você pode correr o sério risco de sofrer sozinho e não ter nenhum linho
pra cobrir seu frio solidão.
Você é somente esse segundo,
porque parte dos minutos,
é uma volta do mundo, 
impossível de controlar.
Toma as rédeas,
antes que o tempo sem você comece a passar.
 fina flor, sem saber se envenenou!
Cospe essa dor, 
você  é seu próprio salvador.
Deixa fluir, deixa passar, deixa pra lá.
As vezes, o que  parece mal é só reflexo do nosso quintal.
Põe as roupas limpas no varal
e coloca logo em tudo isso,
um ponto final.

Mão única


Vamos Morrer, na lacuna de um labirinto,
Vamos viver, entre gritos e versos,
sufocados por tudo que temos que calar.
Vamos morrer, pela vontade de ceifar quem nos faz suicidar,
por tudo que as pesquisas dizem matar
e por tudo que não podemos acabar.
Vamos morrer...
pela família ingrata,
pela inveja, pela peste, pela praga,
Por não nós conter,
Por não nós mover,
Por tanto querer,
Simplesmente...
qualquer caminho...
vamos morrer!
Por isso, eu decidi viver.

Nos resta calar

                                              
A gente vai levando a culpa,
engolindo tudo que disseram que foi autoria nossa
e que nunca existiu.
Vai sucumbindo e submergindo num poço de ódio
por não poder gritar o quanto sente magoada,
e ainda assim,
se torna um  algoz,
sem ter como provar,
sem ter como matar o que nos tira a voz.
É a vida !
naquela parte, que só nós resta...
calar.

Sinto Muito

                                         

Falar da minha ascendência é fácil
difícil é chorar minha dor.
Meus ancestrais em alma
sagram pela justiça que se anulou
Antes criou:
corpo, forma, nome e segregou.
Minhas contas
são da minha conta
meu fenótipo
uma afronta.
Sou bela exatamente como sou.
Sou o choro do navio que aqui me abortou!
só a flecha de um povo que nem a arma aniquilou.
Não vou me apagar pra você brilhar.
Minha voz é resistência e aqui é meu lugar.


Fujo

                             
Onde a Falsidade fizer morada,
eis que Irei pontualmente pular as janelas,
descer as escadas,
para nunca mais voltar.
Mas onde der bons frutos
lá...semente quero estar.
Se for pra causar,
que seja o bem,
se for pra ofender
que seja ao ódio,
que para o mundo convém.

Por nós !

                                                 
                                                 
               
Menina, mulher, feminina, feminista,
que tem empatia por outras meninas.
Hamh...se as outras lá soubessem o que é de fato o feminismo,
jamais dariam ouvidos ao machismo.
Mesmo assim eu brigo por elas,
luto, bagunço, arrumo
Muitas tem prazer em me consternar,
Mas, além de qualquer coisa ou causa,
só damos o que conseguimos trasbordar.
por vezes, machucam, mas não conseguem me travar!
Elas não são culpadas!
Assim, foram ensinadas.
Eu luto por elas!
Pois, quando luto por elas...
luto por você, 
por elas e por mim.




Arco-íris

                                            
O bom é a diversidade,
a falta de sequência,
as cores infinitas,
as várias tendências,
o singular,
a diferença.
o que somos,
o que vem de dentro,
verdadeiro...

Tudo que é bom ecoa do peito,
verseja com amar,
tem temperamento paz,
e semeadura tolerância.
"A moda" do momento é ser!
...o que se é por dentro.