Menino de rua,
vida tão dura.
Não acredita em papai Noel,
muito menos em papai do céu.
Seu pai é uma lenda,
sua mãe uma "quenga",
afinal, a moral não faz moradia em barrigas vazias.
Você parece destinado a morrer,
mas é perceptível sua vontade de sobreviver.
Perante a constituição...
Ora, grande questão essa nossa constituição, ela é uma moça bela, conveniente ao que lhe interessa, suas páginas são rasgadas quando algo desagrada.
Paradoxal constituição sem ação.
E o menino, franzido, sem teto, sem chão...
vai acreditando que alimentação se acha no lixão,
que cultura é fazer do livro papel de embrulho pro "bagulho".
Enfrenta discriminação e exploração.
humilha-se pra alguém o enxergar...
como um ser pensante,
como um ser errante,
como um ser humano.
Nas brechas das janelas dos carros,
ampara as esmolas em mãos,
torcendo para refugiar seu semblante dos “nãos”.
Artigo 227 constituição federativa do Brasil,
você diz que faz,
mas o pobre nunca te viu.
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