terça-feira, 1 de setembro de 2020

Sábio Tempo


Olhando-me no espelho, 

percebo que além dos fios brancos, muito mais em mim mudou:

Não corro mais,

paradas são edificantes;

Minha voz adormece em frequências constantes,

e a paz me acena em meio ao silêncio contagiante.

Não espero mais nada de ninguém,

pois só damos o que de fato a gente tem.

Não quero o mundo!

somente mais alguns momentos profundos.

Não desenho mais o futuro!

Hoje, eu, filha do presente, mais feliz que antigamente, 

aprendi que é preciso abaixar para ser grande,

mas nunca se curvar diante dos obstáculos da vida, nem dos pseudos nem dos pedantes. 

Desajustada poeta que moldou -se, 

mudou, se mudou e a vida resinificou,

de tudo que se foi, de tudo que ficou...

a pontual gargalhada continuou.


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