terça-feira, 15 de agosto de 2017

“pátria amada”


Mãe gentil quem primeiro se concebeu
a pobreza ou a maldade?
Que quebra ossos tão frágeis
de uma constelação raquítica e desesperada
que cultiva na terra a sede de sua manada.
E se há homens de paz
há homens que dela se desfaz
e se há homens de guerra
há homens que morrem nela.
Se tu, mãe, disser que a maldade pariu a pobreza...
quem se espantaria?
se a pobreza é maldosa
e enfeita com roupas rasgadas e pés descalços as cidades
trás fome entre becos 
e alastra a ignorância por todas as partes.
Nossas crianças reprisam esta sentença
e refletem em seus olhares a dor da indiferença.
Oh! Pátria amada
 idolatrada...
Salve!
Salve!
não desejamos a morte nua!
E por quem és amada?
Pela burguesia que a consagra?!
pois para julgar-te amada, deveria nos amar também.
Onde mora o respeito, que não o enxergo?
apenas vejo casas com falsos tetos
ruas governadas por baratas...
apenas vejo essa podre água correr por minha mata.
E todo esse lixo fede...
E todo esse lixo decompõe meu ar.
Se me roubas pátria
o que me sobra, senão, míseras sobras!?

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