Noites ensolaradas
enquanto almas dormem
e as crendices ganham vida.
O vento assovia
e eu marco mais um dia na folhinha.
De dia passeio sozinha em ruas cheias mas vazias
todos são iguais,
todos são tão mais, e eu... só uma filha do desconhecido.
A ingenuidade partiu sem despedida.
Ontem aquela criança era criança.
hoje ela é yotuber, influencer,
recebe cache e não se acanha na dança,
ela faz parte da moda e pertence ao instante,
o dedo no teclado virou a senha do desplante.
O nome infância se tornou lembrança,
das crianças que como tal agiam e não se constrangiam.
roupas decoradas,
atitudes ensaiadas,
decotes, saltinhos, baladas,
joguinhos que só levam à ciladas.
um computador em formato de arma,
com balas que antecedem as palavras,
elas não sabem desenhar o nome mas já são patrocinadas.
E eu que não sou nada, filha do desconhecido,
saiu de fininho para não ser cancelada.
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